Duas previsões da teoria da relatividade de Einstein foram confirmadas por testes feitos na órbita da Terra por uma sonda da NASA, num projecto que foi imaginado há 52 anos.
A Gravity Probe B foi lançada em 2004 (NASA)
O objectivo era perceber qual o efeito da gravidade da Terra na quarta dimensão que o Nobel da Física, Albert Einstein, definiu como espaço-tempo. Esta dimensão pode ser vista como um tecido ou uma matriz onde os corpos celestes estão colocados.
Segundo a teoria, um corpo do tamanho da Terra, devido à sua gravidade, exerce o mesmo tipo de força sobre este tecido que uma pessoa pesada exerce sobre um trampolim. A rotação do nosso planeta também provoca um arrastamento neste tecido de espaço-tempo.
“Imaginemos a Terra, como se estivesse imersa em mel. À medida que o planeta roda e orbita à volta do Sol, o mel à volta iria deformar-se e fazer um remoinho, e passa-se o mesmo com o espaço e o tempo”, disse Francis Everitt, investigador principal desta missão, da Universidade de Stanford, Estados Unidos.
Esta deformação acontece também com as estrelas ou os buracos negros, e traz, supostamente, consequências físicas que os cientistas da NASA foram à procura.
Para isso, produziram quatro esferas com um grau de perfeição nunca antes atingido. Os sólidos foram feitos a partir de quartzo, e foram revestidos por uma película de metal chamado nióbio.
As quatros esferas do tamanho de bolas de ping-pong serviram de giroscópios, e foram colocadas em vácuo dentro do satélite Gravity Probe B, lançado em 2004, que ficou a 642 quilómetros de distância, em órbita da Terra.
Os cientistas definiram um eixo nas esferas cuja direcção apontava para a estrela chamado de IM Pegasi. Os dois efeitos que a Terra produz no tecido do espaço-tempo, se existirem, alteram de uma forma mínima a direcção deste eixo que pode ser lida pelo satélite.
Estas alterações são lidas através dos ângulos que os eixos dos giroscópios fazem. É necessário que o satélite tenha uma sensibilidade enorme, já que se têm de detectar diferenças de alguns milhares de milisegundos de arco.
“Um milisegundo de arco é o diâmetro de um cabelo humano visto a uma distância de 16 quilómetros. É um ângulo bastante pequeno, e esta é a acuidade que a Gravity Probe B teve que atingir”, explicou Everitt.
Durante um ano, a sonda mediu estes desvios, nos anos seguintes a equipa de Stanford analisou os dados. O sucesso da missão, apesar de já ter vindo atrasado devido a problemas técnicos – o que fez que outras experiências comprovassem as teorias –, representa uma enorme realização a nível experimental e tecnológico. Foram criadas 13 novas tecnologias para desenvolver a sonda e cerca de cem alunos tiraram o doutoramento dentro deste projecto.
“Completámos uma experiência histórica, testar o Universo de Einstein – e Einstein sobrevive”, disse o cientista.
Matéria coletada por mim no link: http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/sonda-da-nasa-confirma-duas-previsoes-da-teoria-da-relatividade-de-einstein_1492736
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